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Varela |
Em nosso último fim de semana de descanso em Guiné-Bissau, resolvemos alugar um 7 place e ir para Varela, perto da fronteira com Senegal.
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Cabras na pista |
Só a viagem já valeria a pena, pois saímos do centro do país e fomos até quase a fronteira a paisagem típica desta parte da África, estradas de terra, pessoas pelo caminho vendendo frutas e verduras, carregando galhos e bacias para trocar coisas nas tabankas(aldeiras) vizinhas, animais na pista, vários javalis, porcos, touros, vacas, esquilos e lagartos…
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Casas de tabankas(aldeias) pelo caminho |
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Mulher carregando lenha |
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Feira |
Como estamos na época de chuvas, a estrada em alguns trechos ficava muito complicada pra um carro baixo como o nosso. Resultado, atolamos três vezes na ida. Mas tudo bem, faz parte da aventura hehe.
Ajudamos o Abdulai, motorista da trip a desatolar o carro e seguimos viagem. No meio do caminho há duas pontes muito bonitas e bem conservadas, uma delas considerada a ponte mais moderna da costa oeste da África.
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Ponte Amílcar Cabral |
Porém a ponte que mais marcou foi uma com tábuas de madeira, onde é preciso descer do carro pra averiguar se as tábuas estão no lugar e o carro precisa passar sob trilhos.
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Ponte do rio que cai hehe |
A pousada que ficamos era simples e aconchegante. O restaurante ficava num Bongolô, e os quartos eram espécies de cabanas. Tinha uma rede embaixo de um pé de manga, onde se podia deitar comendo uma fruta pega do pé na hora.
Descansamos um pouco e fomos para a praia. A pé seriam 45 minutos de caminhada por uma trilha, mas conseguimos ir de carro. Galera, que praia! De turistas tinha apenas nós devido a dificuldade em chegar lá, o que fazia a praia ser ainda mais interessante e virgem. A água morna e calma e a paisagem deslumbrante a colocam na praia mais linda que já conheci.
Após curtirmos um pouco o mar, fomos explorar as duas pontas da praia. Numa delas, encontramos pelo caminho vários touros e vacas, e na ponta uma grata surpresa. Várias lagoas naturais que desembocavam no mar, tal como alguns lugares no nosso Nordeste, e várias crianças curtindo o lugar. Conversamos um pouco com elas em crioulo e tiramos algumas fotos.
Algumas delas tinham medo de brancos e saíram correndo, ao passo que outras se assustaram com a brincadeira de um de nossos amigos, Ari, que encheu o rosto de lama(humus na realidade) e saiu correndo atrás delas hehe.
Na outra ponta da praia, várias ruínas bem antigas em estilo português, e uma vista esplêndida para o mar, ao lado de um bosque.
Caminhei um pouco no fim da tarde sozinho, comprei castanhas de caju de uma mulher, consegui tirar uma foto maravilhosa de outra com o filho nas costas batendo no pilão, e na volta da pousada ficamos jogando cartas até de madrugada.
No dia seguinte, Léo e eu abdicamos de mais um dia de praia para visitar Cacheu e cidades pelo caminho. É estranho comparar as cidades, pois se compararmos Bissau com nossas grandes capitais no Brasil, acharemos Bissau bem pouco desenvolvida… Mas ao compararmos Bissau com outras cidades pela Guiné, acharemos que trata-se de uma grande metrópole. Se compararmos as tabankas então, nem se fala.
O ponto alto da viagem foi aquele trecho onde atolamos três vezes no dia anterior. Ele estava muito mais crítico devido a chuva da madrugada, e ficamos atolados uma hora até passar um francês que morou no Brasil. Abdulai cortou o cinto de segurança do carro e o 4x4 do francês nos salvou.
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Já dizia cap Nascimento: tava na cara... |
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Então apareceram várias mulheres carregando filhos nas costas e bacias na cabeça, e insistindo muito para nos ajudar a lavar nossos chinelos completamente sujos de barro. Muito legal.
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Leo e as mulheres lavando o chinelo |
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Freira peruana |
O Abdulai segui todo o trecho crítico sozinho no carro para não pesar, então teríamos que andar cerca de 2km até o carro dele, depois da ponte capenga. Teríamos porque passou uma freira peruana que nos ofereceu boléia(carona) na parte de trás do Jipe dela. Momentos de pura adrenalina pois não tinha onde segurar direito, e a freira era deveras agressiva ao volante. Ela passou bem rápido pela tal ponte, mas por sorte deu tudo certo e não caímos no rio.
Cacheu é uma cidade pequena e pacata, que possui como pontos turísicos um forte que ainda guarda estátuas de figuras como o primeiro govenador da Guiné, e um porto, do qual saíram vários escravos com destino inclusive o Brasil.
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Forte de Cacheu |
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Festival cultural |
Demos a sorte de chegarmos bem no dia que estava acontecendo um festival cultural muito interessante. As crianças logo se aproximaram de nós curiosas, querendo que tirássemos fotos delas e querendo também fotografar. Joguei um pouco de futebol com elas, conversei com algumas pessoas e nos mandamos de volta a Bissau. No caminho passamos por dois Toka-Tchurs (já expliquei anteriormente, mas trata-se de uma cerimônia pra “tocar o choro”, realizada um tempo depois da morte de um ente querido).
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Toka-Tchur |
Bom, esta foi uma das viagens mais legal que fiz aqui em Guiné-Bissau. Espero ter conseguido mostrar 10% da aventura que passei. Abraços.
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Porto de Cacheu |
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Forte de Cacheu |
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Cena frequente no caminho para Varela |
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Lago com crocodilos em São Domingos |
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Cacheu |
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Varela |
muitoo legaal esse passeio gordoo!! nao vejo a hora de ver todas as fotos e escutar teus relatos!!!
ResponderExcluirsaudadeee, te amoo ;@
É isso ai querido lindo passeio, só faltaram as girafas, macacos, leões, zebras,elefantes,cobras.. Estamos te aguardando, venha logo e cuide da sua saúde. BEIJOS, nós te amamos!!!
ResponderExcluirQuase esqueço, o Akira teve prova de Ciências, assunto: Malária e outras doenças!!!!
Realmente são fotos muito lindas e um aprendizado de vida tanto no aspecto cultural como social. Aproveite bem estes últimos momentos, pois, em breve estarás novamente conosco.Também vamos aguardar pelos relatos de várias histórias que vivenciastes neste período de envolvimento nesta missão. Um bom passeio pela Europa após cumprir tuas atividades em Guiné e Que Deus te abençoe!!!
ResponderExcluirQue lindas as praias! Parecem as praias nordestinas, muitas são desertas, dá pra sair do
ResponderExcluirstress e da rotina do trabalho. Que aventura!; mas eu gostei da freira que era pé de chumbo! O que me chamou a atenção foi a hospitalidade desse povo; muito gentis aquelas mulheres, querendo lavar os chinelos de vcs! Te amamos e que Deus te abençoe!!!